Em ano eleitoral, mercado de trabalho fica aquecido para profissionais da Ciência Política



Salário médio é de R$ 3.638; com regulamentação da profissão de lobista, expectativa é que taxa de empregabilidade chegue a mais de 90% nos próximos anos

Cada vez mais profissionais da área estão buscando formação com perfil prático para entrar no mercado de trabalho no setor da política e relações governamentais, trazendo um tom mais profissional ao meio político brasileiro. Especialmente neste ano em que o Ministério do Trabalho e Emprego regulamentou a profissão de lobista, categoria que há mais de trinta anos lutava pela profissionalização.

Para Audren Azolin, professora do curso de Ciência Política e pesquisadora da área, o mercado tem apresentado alto crescimento nos últimos cinco anos devido à exigência de ética, transparência e especialização nas relações entre governo e o setor privado. “Três fatores impulsionaram esse mercado na segunda década deste século: a grande intervenção do Estado na sociedade e na economia, a Lei Anticorrupção e a Operação Lava Jato”. O empresariado passou a entender, explica Audren, que o setor de relações governamentais é fundamental para estratégia de negócio. Quem quiser sobreviver no mercado, avalia, precisa seguir as regras do jogo.

A mudança na regulamentação é ponto positivo, já que profissionaliza um dos setores mais importantes da vida social do país, ao instituir regras e punições para condutas antiéticas. Para Andrea Benetti, coordenadora do curso de Ciência Política do Centro Universitário Internacional Uninter, é preciso combater a ideia de que ‘política não é profissão’, pois essa mentalidade coopera com o alastramento de práticas corruptas na governabilidade. “Fazer política exige ética, conhecimento aliado à conduta técnica; precisamos vencer o preconceito social contra a política e incentivar a profissionalização do setor”, avalia.

Pioneirismo na formação
Segundo dados da Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), em 1996, havia apenas 10 programas de mestrado na área de Ciência Política. Quase 20 anos depois, o número subiu para 37. No entanto, ainda há poucos cursos de graduação na área. “Isso dificulta a expansão da profissão ao exigir a entrada em programas de mestrado para a profissionalização; a graduação já forma profissionais direcionados para a prática”, acredita Andrea.

Desde o início da oferta do curso no Centro Universitário Internacional Uninter, há 17 anos, foram mais de 30 turmas de cientistas políticos formados com avaliação máxima (nota 5) do Ministério da Educação (MEC). “Isso se deve ao nosso corpo docente, professores pesquisadores engajados, além da estrutura da instituição e dos alunos. A nota 5 é o reconhecimento do trabalho de todos”, completa.


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