A
arte de contar histórias necessita se permitir entrar na fantasia e no
imaginário do mundo infantil e também juvenil. Mas como fazer isso, se somos
adultos, professores, enquanto contadores de histórias?
O
fato de sermos adultos, muitas vezes, nos impossibilita de mergulhar no
imaginário das crianças e ainda mais dos jovens, já que, em muitas situações
precisamos racionalizar as questões do dia a dia. Contudo, para ser professor e
contador de histórias são necessárias habilidades que vão além da racionalização.
Instigar
a criança e o jovem a adentrar no mundo da literatura é compreender que muitas
emoções, imagens, sensações serão formadas e experimentadas ao longo do
percurso da contação de histórias. É perceber que esse é o objetivo daquele que
conta a história, permitir que novas emoções sejam experimentadas pelo ouvinte,
e que ele saiba que tudo aquilo que ele está vivenciando, sem sair do lugar,
advém da literatura, dos livros. Assim, que ele reconheça que esse universo
está disponível a qualquer momento, basta o ato de ler.
Ler
para uma criança requer algumas práticas essenciais, como: utilizar a expressão
corporal, fantasiar-se, utilizar artefatos que venham em auxílio do
desenvolvimento dos cinco sentidos dos alunos, entonar a voz, propiciar um
ambiente aconchegante, etc.
Um
dos aspectos importantíssimos ao professor enquanto contador de histórias é
evidenciar ao aluno que todas as sensações que ele está vivenciando no momento
está nos livros, que pode ser acessado a qualquer momento, enquanto leitor de
imagens, para uma criança ainda não alfabetizada, e para o jovem, já detentor
do ato de ler.
Ser
professor e contador de histórias é compreender que crianças e jovens podem
transitar entre o mundo das fadas, dos heróis; vivenciar a eterna luta do bem
contra o mal através da literatura, distanciando-se nesses momentos de
contação, do mundo real, possibilitando também entrar em contato com diferentes
conflitos, vivenciados pelos personagens das histórias.
Portanto,
ser professor e adulto requer conversar com o mundo da fantasia, se permitir
voltar a ser criança e jovem através do ato de ler e contar histórias,
desenvolvendo nas crianças e nos jovens o gosto pela literatura e pelo
envolvimento com as histórias que estão “presas” nos livros, mas que nos permitem
viajar sem sair do lugar.
Autora: Prof. Me. Renata Burgo
Fedato, professora e tutora dos cursos de Segunda Licenciatura e Formação
Pedagógica do Centro Universitário Internacional Uninter.
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