"Os trabalhos da mão" traz parceria entre Alfredo Bosi e Nelson Cruz



As mãos estão presentes em todas as ações e criações da humanidade. Com tamanha importância, elas são o tema do livro “Os trabalhos da mão”, de Alfredo Bosi, com ilustrações de Nelson Cruz. Lançado pela Editora Positivo, o ensaio traz diferentes pontos de vista de tudo o que o ser humano faz com as mãos. Com um vocabulário abrangente, o livro traça o desenvolver dos trabalhos manuais em um texto que transita entre o poema e a prosa.
Os desenhos de Nelson Cruz conversam com os versos de Bosi por meio de obras reconhecidas da arte mundial, porém, com um novo olhar do ilustrador. Quadros como “Criação do sol e da lua” e “A criação de Adão”, de Buonarroti, e “Estudos sobre física”, de Da Vinci, foram redesenhados por Cruz, que conta ter procurado relacionar obras marcantes em sua história com trecho do texto. “Deixei meu olhar passear por várias obras e pintores que sempre admirei. Nesse sentido, fiz um mergulho no tempo rememorando minha trajetória de artista”. Sobre o livro, o ilustrador expõe que foi conquistado pelo texto de Bosi: “ele fala de humanidade pelo detalhe das mãos e do que elas produzem para o crescimento do indivíduo. Uma visão de mundo que só grandes mestres alcançam”.
O ensaio “Os trabalhos da mão” foi escrito originalmente em 1977 e publicado no livro “O Ser e o Tempo da Poesia” de Bosi. Ao dedicar um livro ilustrado à obra, a Editora Positivo proporciona um novo destaque ao texto e a suas causas, como a importância da manufatura, além de apresentar ao público mais jovem dois grandes nomes da literatura brasileira. “Os trabalhos da mão” será lançado no dia 19 de abril, na Livraria da Vila, em São Paulo.

Sobre Alfredo Bosi
Alfredo Bosi nasceu em 26 de agosto de 1936, em São Paulo. Filho de Teresa Meli, salernitana, e Alfredo Bosi, paulista de raízes toscanas e vênetas. Cursou o primário no Grupo Escolar Dom Pedro II e o secundário completo no Ginásio Piratininga. Em 1955, ingressou no curso de Letras Neolatinas da Universidade de São Paulo (USP). Obtida a licenciatura, em 1958, fez o curso de especialização em Literatura Brasileira, Filologia Românica e Literatura Italiana, e no ano seguinte foi escolhido para assistente de Literatura Italiana na mesma universidade. Em 1961, obteve uma bolsa de estudos do governo italiano para estudar Estética e Filosofia da Renascença na Faculdade de Letras da Universidade de Florença.
De volta ao Brasil em 1962, retomou a cadeira de Literatura Italiana, disciplina que lecionou até 1970. Paralelamente à vida universitária, entre 1963 e 1970 colabora assiduamente no Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo, sendo responsável pela seção “Letras Italianas”. Foi professor convidado na École des Hautes Études em Sciences Sociales, de Paris, em 1993, 1996 e 1999. Entre 1997 e 2001 foi diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP e atualmente é editor da revista Estudos Avançados. Pertencente à Academia de Letras desde 2003 e recebeu o título de Professor Emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP em 2009.

Sobre Nelson Cruz
Nascido em Belo Horizonte, atualmente mora e trabalha em Santa Luzia, cidade que fica a 30 quilômetros da capital mineira. Desde 1987 faz ilustrações para o mercado editorial. Em 1998, o seu livro de imagem Leonardo conquistou os prêmios FNLIJ, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, e Octogones, do Centre International d’Études en Littérature de Jeunesse (CIELJ), da França. Em 2001, recebeu os prêmios Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, e FNLIJ por Chica e João. Em 2010, Alice no telhado conquistou o Prêmio Glória Pondé, da Biblioteca Nacional. Em 2013, A máquina do poeta levou o Prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos de Arte, além do 3º lugar do Prêmio Jabuti. Em 2015, a Academia Brasileira de Letras concedeu ao seu O livro do acaso o Prêmio ABL de Literatura Infantojuvenil. E, em 2016, Haicais visuais recebeu o Troféu Monteiro Lobato, da revista Crescer, e o Prêmio FNLIJ. Como ilustrador, recebeu o Prêmio FNLIJ em 1998, 1999, 2003, 2013 e 2016. Foi indicado para o prêmio Hans Christian Andersen em 2002 e para a Lista de Honra do International Board on Books for Young People (IBBY) em 2004 e 2012.

Comentários