“As
coisas estão lá, pedindo para que a gente as faça, e uma hora a gente as faz,
porque temos de povoar o tempo”. Por meio de pequenas situações, João
Carrascoza convida o leitor a contemplar o mistério da vida como quem contempla
a paisagem, de lado, no banco de um carro. Com profundidade, proximidade e
poeticidade, o autor faz desse contemplar um exercício de percepção de
diferentes realidades em seu novo livro, lançado pela Editora Positivo: "A
Estação das Pequenas Coisas".
Com
dezoito contos, selecionados de livros publicados nos últimos dez anos de
carreira do autor, Carrascoza mostra algum tipo de experiência corriqueira
vista sob um olhar mais literário. “No fundo, as histórias, mesmo escritas em
épocas distintas, advêm de um mesmo sentimento: a valorização das coisas
aparentemente inexpressivas em nosso dia a dia, a atenção para a música em tom
menor que vibra no espaço doméstico e que, no entanto, traz também notas (quase
silenciosas) da esfera exterior”, explica.
Quanto
ao título do livro, o escritor elucida que, além da palavra “estação” se
referir a um ponto ou local de parada em meio a um deslocamento, como em uma
estação de trem, também remete a um período. “Assim como a primavera e o verão
são trechos de tempo, haveria uma estação, se é que ela não é a nossa vida
toda, em que as coisas de pouca monta se mostram, senão grandiosas, capazes de
ampliar a nossa compreensão do mundo”.
Fabíola
Ribeiro Farias, responsável pela seleção e organização das 173 páginas da obra,
conta, na apresentação do livro, que “a arte de Carrascoza está em construir,
com as palavras, o cotidiano, para que possamos extrapolá-lo, vivê-lo e
compreendê-lo para além das vinte e quatro horas do dia, distinguindo o comum
do banal”. Para ela, os contos são uma forma de ampliar o repertório para
compreender o mundo e, especialmente, as relações entre as pessoas.
O
livro "A Estação das Pequenas Coisas" será lançado no dia 19 de
abril, na Livraria da Vila, em São Paulo.
Sobre
o autor
João
Anzanello Carrascoza nasceu em Cravinhos, São Paulo. É escritor e professor da
Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, onde fez mestrado e
doutorado, e da Escola Superior de Propaganda e Marketing-SP. Publicou os
romances Caderno de um ausente, Menina escrevendo com pai e A pele da terra,
que compõem a Trilogia do adeus, e várias coletâneas de contos, entre as quais
O volume do silêncio, Espinhos e alfinetes e Aquela água toda. É também autor
de obras para o público infantojuvenil, como A terra do lá, O vendedor de
sustos e Aprendiz de inventor. Algumas de suas histórias foram traduzidas para
o bengali, croata, espanhol, francês, inglês, italiano, sueco e tamil. Recebeu
os prêmios Jabuti (CBL), Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Associação
Paulista de Críticos de Arte (APCA), Fundação Nacional do Livro Infantil e
Juvenil (FNLIJ) e os internacionais Radio France (RFI) e White Raves (Library
Munich).
Sobre
a organizadora
Fabíola
Farias é graduada em Letras, mestre e doutoranda em Ciência da Informação pela
UFMG. É leitora-votante da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil e
coordenadora da rede de bibliotecas públicas e projetos para a promoção da
leitura da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte.
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