Fenômeno de público e crítica, espetáculo "Helena Blavatsky, A Voz do Silêncio" realiza curta temporada em Curitiba
Helena Blavatsky viveu 134 anos atrás, mas seu pensamento contundente e transformador continua vivo. Espetáculo ocorre nos dias 4 e 5 de outubro, no Teatro Bom Jesus
Helena Blavatsky, A Voz do
Silêncio” é um mergulho no universo que existe dentro de nós.
(Créd. Andréa Menegon e Marlon Maycon - FOTOS EM ALTA EM ANEXO)
Na cena teatral
brasileira, o espetáculo “Helena Blavatsky, A Voz do Silêncio”,
monólogo com a aclamada interpretação de Beth Zalcman, sob a direção de Luiz
Antônio Rocha a partir de texto de Lucia Helena Galvão, segue
impressionando plateias. Após mais de 200 apresentações em todo o Brasil, para
mais de 100 mil espectadores, a peça chega pela primeira vez em Curitiba,
com duas apresentações, no dia 4 de outubro (sábado), a partir das 20h
e, 5 de outubro (domingo), a partir das 18h, no Teatro Bom Jesus
(Rua 24 de Maio, 135 - Centro). Os ingressos
estão disponíveis pelo Disk Ingressos.
Esta é a
oportunidade para descobrir ou rever este espetáculo cujo sucesso confirma a
atualidade de Blavatsky e o vigor artístico da encenação. Os diálogos entre
ciência, religião, história e filosofia; a busca pelo conhecimento; a condição
feminina e sua capacidade transformadora em meio às adversidades de todas as
épocas, estão no cerne de “Helena Blavatsky, A Voz do Silêncio”.
Para Luiz Antônio
Rocha, resgatar o pensamento de Blavatsky é de extrema importância – “especialmente
em um momento de caos mundial, no qual o fundamentalismo, as tecnologias e as
crises políticas e climáticas invadem nossa dignidade com tanta violência.
Segundo Blavatsky, o universo é dirigido de dentro para fora, pois nenhum
movimento ou mudança exterior do ser humano pode ter lugar no corpo externo se
não for provocado por um impulso interno”, observa o diretor sobre a
revolucionária filósofa russa.
Beth Zalcman, atriz premiada cuja interpretação de Blavatsky fortalece seu status de
grande artista do teatro brasileiro, comenta: “Interpretar Blavatsky é
mergulhar no improvável, no intangível. Nada mais desafiador para uma atriz do
que um texto que demanda extrema sensibilidade, concentração e imaginação, e
transporta a plateia para um universo de possibilidades”.
Visionária e libertária
Em pleno século 19,
quando as mulheres não tinham voz, Blavatsky rompeu paradigmas, enfrentou
preconceitos, intolerâncias e opressões sociais para se lançar em uma viagem
através do mundo em busca de conhecimento filosófico, espiritual e esotérico. A
partir de Constantinopla, quase sempre de navio, iniciou um longo itinerário
pelo Egito, Oriente Médio e Índia.
No Tibete, sob
orientação de mahatmas, conheceu “segredos” cosmológicos e estudou o potencial
evolutivo do espírito humano. Determinada a desafiar o materialismo e o
secularismo do Ocidente, flertou com o espiritualismo americano no início da
década de 1870, antes de lançar a Teosofia, uma nova visão do cosmos e do
propósito humano, baseada nas revelações de seus mahatmas tibetanos.
Em 1875, junto com
Henry Steel Olcott, fundou em Nova York a Sociedade Teosófica, que foi
transferida para a Índia em 1879. A rápida expansão da Sociedade Teosófica na
Europa e na América impulsionou a popularidade das religiões orientais e o
renascimento do ocultismo moderno. Foi quando Blavatsky tornou-se uma lenda que
vem atravessando os tempos.
Fascinante,
controversa, revolucionária, Blavatsky exerceu intensa atividade literária. A
Doutrina Secreta, sobre a evolução do universo e da humanidade, é
considerada sua obra-prima.
Teve detratores que
a acusaram de fraude, mas uma legião de personalidades brilhantes que
declararam publicamente a admiração por ela. Entre os que reconheceram-se
influenciados por Blavatsky estão os cientistas Robert Oppenheimer, Wilhelm
Reich e Thomas Edison; literatos como Fernando Pessoa, Leon Tolstói, James
Joyce. T.S. Eliot, George Bernard Shaw e Aldous Huxley; pintores como Piet
Mondrian, Nikolai Roerich e Wassily Kandinsky; músicos como Alexander Scriabin;
o ator e diretor teatral Constantin Stanislavski; os líderes espirituais Rudolf
Steiner, George Gurdjieff, Krishnamurti e Ghandi.
Personagem atemporal
Para Luiz Antônio
Rocha, levar Helena Blavatsky aos palcos era uma ideia antiga. Por intermédio
da filósofa, professora e poeta Lucia Helena Galvão, o projeto saiu da gaveta e
se concretizou. Profunda conhecedora de Blavatsky, Lucia Helena marcou sua estreia
no teatro ao produzir um texto que resgata a atemporalidade da personagem,
eliminando estereótipos que lhe foram associados – como a fama de bruxa, por
conta de sua paranormalidade.
“Lucia nos trouxe o
caminho”, diz o diretor, ressaltando que é a grande
pensadora e filósofa que está em cena. “A peça enfatiza a dimensão
filosófica e humanista de Helena Blavatsky – sua busca incessante pelo
conhecimento, o diálogo entre culturas, a defesa de uma fraternidade universal
e a coragem de desafiar dogmas e preconceitos do seu tempo”.
Beth Zalcman, que
encarna Helena Blavatsky magistralmente, já tinha sido dirigida por Rocha na
comédia de costumes Brimas, escrita por ela e que lhe rendeu indicação
ao prêmio Shell de melhor texto. Com Blavatsky, Beth transmite à plateia o que
a personagem lhe trouxe como ensinamento: escutar a voz do silêncio para melhor
enxergar a humanidade. “Blavatsky me fez refletir, me despir de minhas
vaidades, de meu mundo contemporâneo de mulher ativa, para poder mergulhar no
autoconhecimento, na alma que deixamos adormecida dentro de nós, para assim
perceber melhor o outro, a humanidade. Trata-se de um texto belíssimo, um
convite à reflexão, que instiga as pessoas a saírem transmutadas do teatro”,
afirma a atriz.
Pela interpretação
de Blavatsky, Beth Zalcman recebeu o prêmio CENYM de Teatro Nacional, da ATEB –
Academia de Artes no Teatro do Brasil, como melhor atriz de 2023.
Da Vinci e Manet inspiram magia cênica
Durante 60 minutos,
Beth Zalcman magnetiza a plateia em um ambiente que procura conduzir o irreal
para o real, as ilusões à verdade espiritual, a ignorância à sabedoria que
ilumina o propósito da existência. A encenação propõe uma
dramaturgia inspirada no sfumato, técnica artística italiana de pintura
e desenho. Leonardo Da Vinci, que a popularizou em suas obras, descreveu a
técnica como a ausência de linhas ou fronteiras – na forma esfumaçada, que vai
além do plano de foco.
O ponto de partida para a direção de arte, cenário e figurinos foram baseados em algumas pinturas do artista impressionista Édouard Manet, que traduz com beleza a solidão do último instante de vida de Helena Blavatsky.
Sinopse - A luz da
vela ilumina o cenário e revela um lugar simples no frio de Londres, no final
do século 19. É um recorte do quarto de Helena Blavatsky, que se encontra
sozinha, no seu último dia de vida. Ela revisita suas memórias, seu vasto
conhecimento adquirido pelos quatro cantos do mundo, se depara com a força do
comprometimento com sua missão de vida e as consequências de suas escolhas.
Relembra sua forte ligação com a Índia e seu encontro, em Londres, com Gandhi.
“Helena Blavatsky, A Voz do Silêncio” é um mergulho no universo que existe
dentro de nós.
Serviço:
“Helena Blavatsky, A Voz do Silêncio”
Data: 4 e 5 de outubro
Horário: 4 (sábado) 20h | 5 (domingo) 18h
Local: Teatro Bom Jesus (Rua 24 de Maio, 135
- Centro)
Ingressos: Disk Ingressos
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 12 anos
Realização: Espaço Cênico, Teatro em Conserva e Mímica em Trânsito
Siga: @helenablavatskyavozdosilencio @animaapeca @bethzalcman
@luiz.antonio.rocha @profluciahelenagalvao
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