Eduardo Medeiros
A
cantora indígena MC Anarandá lança hoje, dia 23 de setembro, o seu primeiro
álbum autoral, intitulado “Pehendu Ore NÊ'Ê – Escuta nossas vozes”, em todas as
plataformas digitais. A escolha da data coincide com a chegada da Primavera,
estação que, para a artista, simboliza renascimento, florescimento e esperança
– um tempo de renovação que dialoga com o espírito do trabalho.
Natural
da Aldeia Guapoy, em Amambai, Mato Grosso do Sul, Anarandá carrega no próprio
nome a força da ancestralidade. Em Guarani, Randá Kunã Poty rory Anarandá
significa “mulher Flor brilhante, carismática e comunicadora”, e a adição do
“MC” reafirma sua presença dentro do hip hop sem abrir mão de suas raízes. Seu
rap é atravessado por memórias coletivas, cantos tradicionais e pela
espiritualidade dos povos Guarani Kaiowá, ao mesmo tempo em que se conecta à
batida urbana para criar uma arte que é denúncia, resistência e afirmação de
identidade.
“Descobri
no rap uma ferramenta capaz de transformar minhas dores, e de muitas mulheres
indígenas, em força e assim colocar luz sobre o meu povo ancestral. Aprendi o
português já na adolescência e foi quando comecei a rimar, tanto em Guarani
quanto em português, e percebi que podia ecoar não apenas minhas vivências
pessoais, mas também a resistência de toda uma coletividade”, comenta a artista
autodidata.
Suas
letras trazem o peso da denúncia social, do enfrentamento ao preconceito e da
defesa do território, mas também revelam a beleza da cultura, a força das
mulheres e a esperança de um futuro mais harmonioso, menos violento com os
povos indígenas, em especial com as mulheres Guarani Kaiowá. Ao todo são oito
músicas autorais, sendo que duas já tiveram os videoclipes lançados no Youtube
que são: “Mãe” e “Che Machu mandu’a kuemi - As Lembranças da minha avó”, as
demais faixas são: Assédio, Te procuro, Escuta minha voz, A dor de um
parto, Amazônia e Jasy Tata - A lua de fogo, essa última com previsão de
videoclipe para novembro.
Cada
faixa guarda um pedaço da memória ancestral e da luta diária dos povos
originários. “Minha maior inspiração foi meu povo e meus ancestrais, sobretudo
as mulheres que resistem, a minha convivência com elas, com minha avó, que hoje
tem 112 anos, me trouxe muita energia, força e fé de que minha música é
revolucionária”, afirma Anarandà.
O
projeto foi realizado graça ao Fundo de Investimentos Culturais o, através da
Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e tem a Direção artística do músico
Vinil Moraes, os beats de Wagner Bagão e participações como da Orquestra
indígena comanda pelo Maestro Eduardo Martinelli, da Multiinstrumentista Kezia
Miranda, do criador visual Pitter Marques e da cineasta Marineti Pinheiro que
assina a Direção dos dois videoclipes.
Além
da música, a artista também atua como professora de língua materna, escritora,
atriz e criadora de conteúdo digital, e todas essas dimensões se entrelaçam em
sua produção. O palco é espaço de corpo e voz, a sala de aula é lugar de
preservação da língua Guarani, a escrita se converte em poesia – tudo se
mistura no rap, que para ela é diálogo entre mundos, encontro entre tradição e
contemporaneidade.
Ao
lançar o álbum no início da primavera, MC Anarandá planta simbolicamente uma
semente. Quer que suas canções floresçam no coração de quem ouvir, levando a
emoção da dor, mas também a alegria, a resistência e a esperança. E deixa um
recado aos jovens indígenas que sonham com a arte: “Não tenham medo de se
expressar e arriscar. Nossa cultura é viva, nossa arte é necessária. Cada voz
conta e cada batida pode ser um grito de resistência. ”
O
álbum de estreia de MC Anarandá estará disponível
no Spotify, Apple Music, Deezer, YouTube Music, Amazon Music, Tidal e
Anghami, com acesso direto também pelo link em seu perfil no Instagram:
@anarandagk21.
Ficha Técnica
Composições
Musicais e Letras: Anarandà
Produção
Executiva e Direção: Marineti Pinheiro
Direção
Musical e Produção: Vinil Moraes
Produção
Musical, Mixagem e Masterização: Wagner Bagão
Participações
especiais: Fadraiki Samuel, Gleiciane Rossate, Nãnde sy: Adelaide, Helena, Lulu
kunã yvoty, Denise ,Roseli, Antônia, Juvenal e Aldir
Traduções
para Guarani: Anarandà
Revisor
do idioma Guarani kaiowá: Searlen Douglas Kunumi Jeguaka Rendyju
Orquestra
Indígena e Maestro: Eduardo Martinelli e Emili, Francisco, Kethlen Francisco,
Karine Francisco, Agatha Francisco, Maria Eduarda Albuquerque Matias
Arranjos
Flautas, Violinos e Violoncelo: Kezia Miranda
Scratches:
DJ Giomarx
Arte:
Pitter Marques
Estúdio:
Estúdio PV e Estúdios Virtus Ray Clemente Raimundo
Acessibilidade:
Daniele Mendes - Comunique Acessibilidade
Contadora:
Maria Granjeiro
Maquiagem:
Eder Cadete
Figurino:
Fabio Mauricio
Assistente:
Ghyva
Making
Off: Ligia Zacharias
Fotógrafo:
Eduardo Medeiros
Registros:
Orum
Distribuição:
Graxa Pura
Assessoria
Jurídica: MGM
Assessoria
de Imprensa: Sonhares Filmes

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