Ícones da literatura brasileira: BibliON seleciona obras para o Dia Nacional do Escritor

A Biblioteca digital gratuita - uma iniciativa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo - disponibiliza gratuitamente obras de grandes escritores brasileiros

O Dia Nacional do Escritor, celebrado em 25 de julho, é uma ocasião especial dedicada à valorização e homenagem aos talentosos escritores e escritoras brasileiros. A data foi selecionada em 1960 pelo ex-ministro da Educação e Cultura Pedro Paulo Penido, em reconhecimento ao I Festival do Escritor Brasileiro. Promovido pela União Brasileira de Escritores (UBE), o festival ocorreu exatamente em 25 de julho de 1960. Essa escolha simbólica perpetua a importância da literatura e das mentes criativas que enriquecem a cultura nacional, assim como fortalece aqueles que estão em busca de oportunidades e reconhecimento. Este dia, representa uma ocasião significativa para inspirar e encorajar aqueles que aspiram a criar suas próprias histórias e compartilhar suas vozes com o mundo.

Comemore essa data com a BibliON e confira a seleção de obras indicadas pela biblioteca digital gratuita:

 

Coisas que não quero saber - Deborah Levy
Deborah Levy, sul-africana radicada em Londres, é uma das vozes mais originais e transgressoras da literatura de língua inglesa. Em Coisas que não quero saber ela tece uma resposta, feminina, ao conhecido ensaio de George Orwell "Por que escrevo", de 1946. Aqui ela reflete, literariamente, sobre as razões que a levaram a escrever, tendo como pano de fundo a África do Sul, onde cresceu e onde seu pai foi preso por lutar contra o apartheid; o subúrbio londrino em que, exilada, passou a adolescência; e Maiorca, a ilha espanhola que é como um refúgio na maturidade. Neste relato vívido e perspicaz sobre como despretensiosos detalhes da vida pessoal de uma autora podem ganhar força na ficção, Levy sugere muito mais do que de fato diz. De certa forma, uma versão atualizada de "Um teto todo seu", de Virginia Woolf, esta elegante autobiografia literária desvela a necessidade da mulher de dizer o que pensa, de projetar sua voz e ocupar seu lugar no mundo.

Correspondências - Arthur de Faria
"Desculpe, não estou mais ouvindo, a distância é grande, minha 'aura' está acabando e o esforço desta comunicação é tão sobre-humano que mal tenho força de assinar", lamentava a jovem Clarice Lispector ao escritor Lúcio Cardoso, num bilhete curto, o silêncio do amigo e leitor cuidadoso de seus primeiros textos.Como revirar a velha caixa de cartas, a recente publicação de Correspondências, de Clarice Lispector, traz à tona os enfrentamentos cotidianos da autora, expostos em 129 cartas trocadas com outros escritores, artistas, intelectuais e familiares, sendo 70 cartas de autoria de Clarice e 59 recebidas por ela. A coletânea — idealizada pela família de Clarice e organizada por Teresa Montero, também autora de uma biografia da escritora — reúne cartas, inéditas em sua maior parte, que permitem a compreensão da produção literária da escritora, assim como um encontro com sua intimidade.Correspondências cobre quatro décadas da vida de Clarice Lispector, da década de 1940 até pouco antes da sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro, em dezembro de 1977. Entre seus correspondentes estão o marido, Maury Gurgel Valente, os amigos Bluma Wainer e Fernando Sabino, com quem manteve uma rica e frutuosa correspondência, até trocas mais pontuais, como as de Manuel Bandeira e Fernanda Montenegro.Há também cartas que tratam de seu trabalho como romancista e contista, a negociação com editoras e, sobretudo, a necessidade de interlocução expressa por Clarice e o retorno encorajador e maravilhado dos autores e amigos com quem conviveu. As angústias, as descobertas, a relação com os filhos e as amizades, vividas e registradas no Brasil e no exterior, estão presentes nesta coletânea, que permite ao leitor mergulhar no mundo de Clarice Lispector e perceber que o segredo do mito foi o de ser tão humano quanto qualquer um de nós.

Euclides da Cunha: uma biografia - Luís Cláudio Villafañe G. Santos

Euclides da Cunha viveu apenas 43 anos, mas foi militar, engenheiro, jornalista, cientista, literato e cartógrafo. E a despeito da abundância de fontes, alguns episódios de sua vida continuam pouco conhecidos, como a expedição à Amazônia e a passagem pelo Itamaraty. Esta biografia traz ainda novas interpretações para eventos conhecidos, sublinhando contradições entre o discurso e os fatos. Nunca para diminuir o personagem, e sim para realçar sua profunda humanidade

A vida de Philip K. Dick - Anthony Peake

Anthony Peake nos traz um relato surpreendente sobre a complexa vida particular de Philip K. Dick e desvenda seu trabalho como um dos escritores mais ousados, corajosos e, também, um dos mais estranhos e influentes ficcionistas do século XX. PKD casou-se cinco vezes e viveu de forma frugal, durante décadas, enquanto produzia algumas das mais notáveis histórias de ficção científica que o mundo já viu. Na adolescência, já exibindo sinais de instabilidade mental, foi capaz de criar enredos de ficção visionários e únicos inspirando-se em conceitos originários do budismo, da cabala, do cristianismo gnóstico e outras doutrinas herméticas. Nesta biografia, Peake trata de forma abrangente todo o trabalho, a vida e a obra do mais místico escritor de ficção científica de todos os tempos.

João Cabral de Melo Neto: uma biografia - Danny Sugerman
João Cabral de Melo Neto aparece de corpo inteiro nesta biografia irretocável. Com leveza e rigor, Ivan Marques compõe um retrato que vai além da austeridade associada ao grande poeta. Da origem aristocrática à perseguição por comunismo no Itamaraty, dos primeiros versos à consagração como o mais construtivo poeta brasileiro, o que surge dessas páginas é uma trajetória pulsante, colada aos momentos decisivos da cultura e da política brasileiras. 

Os diários de Virginia Woolf: uma seleção [1897-1941] - Holly George-Warren
Expoente do Modernismo e uma das autoras de maior impacto na literatura até hoje, Virginia Woolf é uma das raras figuras históricas que demonstrou, desde a juventude, um apuro estético incomum nos seus escritos. Além dos registros cotidianos, utilizava seus diários como um espaço em que o público e o privado, o poético e o prosaico, o sublime e o humano se misturam.Nascida em 1882 na Inglaterra, autora de clássicos como Mrs. Dalloway, Orlando: uma biografia e um texto todo seu, ela transitava com igual brilhantismo por romances, contos e ensaios. Mais do que isso, sua sensibilidade sobre questões de gênero, políticas e sociais na Inglaterra, transpassadas pela tensão da claustrofobia durante os bombardeios da Primeira Guerra e pela presença crescente do nazismo, aproxima a leitura à vivência contemporânea de forma quase profética.Costurando referências a acontecimentos históricos, a personagens célebres da intelectualidade e aos seus próprios demônios, os diários de Woolf demonstram uma personalidade única e precursora.Esta seleção, traduzida pela escritora Angélica Freitas e organizada por Flora Süssekind, vai desde a adolescência até a morte de Virginia, em 1941. Um marco inédito e uma janela à interioridade de uma mulher ímpar e ao seu talento pioneiro, cujo legado permanece vivo e cada vez mais atual.

Para utilizar o serviço gratuito, basta que os interessados acessem www.biblion.org.br ou baixem o aplicativo BibliON, disponível no Google Play e na Apple Store e realizem um breve cadastro. O usuário pode fazer empréstimos de até duas obras simultâneas, por 15 dias. A BibliON permite, ainda, ações como organizar listas, adicionar favoritos, compartilhar um livro como dica de leitura nas redes sociais, fazer reservas, ver histórico e sugerir novas aquisições. Por meio de princípios de gamificação, os associados conseguem acompanhar as estatísticas do tempo dedicado à leitura e participar de desafios. 

O sistema de busca permite a  utilização de diversos filtros, como tema, autor, categoria ou título. É possível ler em dispositivos móveis, sem a necessidade de usar dados do celular, por meio do download prévio do título ou, ainda, ajustar o tamanho da letra e o contraste da tela; escolher diferentes modos de leitura para dia ou para noite e acionar a leitura em voz sintetizada, para saída em áudio do texto.

A BibliON, biblioteca digital gratuita de São Paulo, é uma iniciativa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo sob gestão da SP Leituras.  

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