Argentinos, estadunidenses e brasileiros são os
que mais visitam o país; povos locais guardam as primeiras tradições da região
e oferecem aos visitantes a oportunidade de vivenciar a herança cultural e o
turismo regenerativo
No
Panamá, ao mesmo tempo em que as belezas naturais e paisagens urbanas
cosmopolitas tiram o fôlego, uma forte herança cultural diversificada também
chama a atenção e atrai turistas de diversos lugares do mundo. O turismo em
terras indígenas tem um grande espaço dentre as iniciativas voltadas para
aproximar os turistas às comunidades e contexto cultural dos destinos que
visitam.
Segundo
dados do Promtur, o Fundo de Promoção do Turismo do Panamá, em 2022 o país
conseguiu recuperar grande parte do setor de turismo em valores
pré-pandêmicos.
"Nosso
objetivo é destacar a extraordinária riqueza e diversidade do patrimônio
natural e cultural do Panamá. Para garantir a sustentabilidade a longo prazo,
priorizamos uma abordagem equilibrada entre proteção e conservação ambiental,
benefícios econômicos do turismo e bem-estar das comunidades anfitriãs",
disse Fernando Fondevilla, CEO do órgão.
O
setor de turismo do no país fechou o primeiro trimestre de 2023 com mais
de 787 mil visitantes, o que representou o período com mais turistas na
história do país - um crescimento de 133% em comparação com o primeiro
trimestre do ano anterior. Estes indicadores mostram que não só o número de
visitantes no mesmo período de 2022 foi ultrapassado, como também em 2019, em
níveis pré-pandêmicos. Os mercados com melhores resultados foram Argentina
(139%), Estados Unidos (107%) e Brasil (88%).
A
cultura indígena no Panamá
Quem
atravessa continentes para conhecer os povos Ngäbe-Buglé, Naso, Emberá e Guna e
suas culturas, gastronomia, danças e seus modos de subsistência e preservação
da natureza não se arrepende. Afinal, eles são guardiões da herança nativa
refletida nos 14,4% da população do Panamá que se identifica como membro de um
dos grupos indígenas do país.
Além
de serem conhecedores de toda a biodiversidade, os indígenas panamenhos são
artesãos habilidosos que produzem esculturas em madeira, cestas, máscaras,
bolsas tecidas com fibras vegetais e roupas coloridas, como as famosas molas -
artes confeccionadas com camadas de tecidos sobrepostos e unidos, que são
cortados, dobrados e costurados, revelando cores contrastantes.
As
comunidades indígenas ficam localizadas em vários pontos do Panamá, tanto à
beira-mar, como os Gunas, em altas montanhas, como os Ngäbe, ou até mesmo
aninhados na selva tropical, como os Emberá. Visitar um desses povos é
vivenciar de perto seus costumes ancestrais e apoiar o turismo regenerativo.
Levar
os turistas para vivenciar da rotina dos indígenas panamenhos faz parte de uma
estratégia do país de desenvolver o turismo sustentável, destaque na Cúpula
Mundial para o Futuro do Turismo, da Organização Mundial de Turismo (OMT), e
identificada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO) como uma visão inovadora de turismo sustentável para o futuro.
Também
como parte deste plano de ações que incentivam a rede de turismo comunitário do
Panamá (SOSTUR), uma plataforma digital para
comunidades rurais e indígenas compartilharem sua visão e apoiarem a
implementação do turismo regenerativo foi criada. Os viajantes podem selecionar
de forma antecipada passeios em várias comunidades
piloto, com experiências ancoradas na cultura e biodiversidade do país.

MAIS
SOBRE AS COMUNIDADES NATIVAS
- Ngäbe-Buglé:
Os viajantes podem se aventurar nas montanhas do oeste do Panamá e
descobrir a maior comarca indígena do país. Rituais espirituais antigos,
como a encantadora cerimônia do cacau, são realizados, e a rica herança
desta comunidade é evidente a cada passo. Cachoeiras reverenciadas como
locais sagrados pelo povo indígena Ngäbe-Buglé também são destino para os
visitantes, incluindo a Kiki, registrada como a cachoeira mais alta do
Panamá.

- Naso
Tjër Di: Em meio às exuberantes
florestas tropicais do Bosque Protector de Palo Seco e do Parque
Internacional la Amistad (Pila), os viajantes são recebidos pelo Povo
Naso, os "Guardiões da Floresta Tropical". Uma visita à área
fará com que os turistas experimentem tradições místicas imersivas e
rituais cativantes que homenageiam a herança cultural de Naso, além da
oportunidade de conhecer o rei Reynaldo Santana, o último monarca indígena
da América Central reconhecido por sua sabedoria e liderança. O
compromisso inabalável do povo Naso com a conservação ecológica também é
evidente e, com regulamentações rigorosas para evitar a exploração
excessiva dos recursos naturais, os Naso servem como um exemplo inspirador
de vida sustentável. Em 2020, a Suprema Corte do Panamá concedeu ao povo
Naso o título de 395 mil hectares de suas terras tradicionais.

- Emberá:
Descobertas na floresta tropical de Darien, as encantadoras comunidades
Emberá estão aninhadas à bacia hidrográfica do Canal do Panamá. Os
viajantes poderão admirar a profunda conexão das comunidades Emberá com a
natureza, danças hipnotizantes que incorporam suas crenças espirituais e
seu artesanato que incluem cestas tecidas com detalhes e estátuas de
madeira e sementes primorosamente esculpidas. O legado do lendário líder
Emberá, Antonio Zarco, cativará a imaginação, já que ele não apenas
treinou os astronautas da Apollo 11, mas também compartilhou sua sabedoria
com militares e indivíduos da Força Aérea dos EUA e da NASA, incluindo
figuras renomadas como Neil Armstrong e John Glenn.

- Guna:
A tribo Guna tem uma cultura muito vibrante, cujos membros habitam a costa
leste do Caribe e as encantadoras Ilhas San Blas. Os visitantes têm a
oportunidade de mergulhar na sociedade semiautônoma de Guna, testemunhar
suas artesanais molas e deliciar-se com sua culinária distinta à base de
frutos do mar.

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