*Por Álex Cavalcante
No
último domingo (30), uma luta de boxe inusitada chamou a atenção da web durante
o Fight Music Show: Whindersson Nunes e Popó. O humorista e o lutador, um dos
maiores nomes da história do esporte brasileiro e quatro vezes campeão do
mundo, se enfrentaram no evento em Balneário Camboriú, com plateia no local e
transmissão por canais de esportes e pelo site oficial da festa.
Acelino
“Popó” Freitas dominou a luta e quase levou Whindersson à lona no sexto round,
mas o resultado do combate de exibição terminou em empate, seguindo o clima
harmonioso da festa. Mas, por que o youtuber e o tetracampeão lendário se
enfrentaram, após cinco anos de aposentadoria de Popó?
Os
motivos para o embate entre os dois passam por outra luta: a de Whindersson
contra a depressão. Desde 2019, ele enfrenta a doença e costuma falar
abertamente sobre sua saúde mental, reforçando a importância da terapia para o
tratamento do transtorno. Em 2021, o humorista teve a sua depressão agravada
pela perda de seu filho, que nasceu prematuro no último ano, e o esporte o tem
ajudado a superar a doença.
Após
o empate, o marketing saiu vencedor
Um
dos maiores fenômenos da internet, com 56,8 milhões de seguidores no Instagram,
Whindersson mostrou o seu poder e moral com os seguidores durante a luta. Após
encarar o tetracampeão mundial, o youtuber não precisou de grandes esforços
para convencer seu público a acompanhar Popó nas redes: em poucos minutos após
o pedido, o lutador atingiu a marca de um milhão de seguidores na rede de Mark
Zuckerberg.
Apenas
no dia da luta, o baiano ganhou 1,5 milhão de seguidores. E a valorização de
Popó nas mídias sociais também ajuda, além do atleta, a popularizar o boxe em
outras bolhas. Já Whindersson, com sua estratégia de exposição gerenciada na
qual ele controla sua imagem, ao não tentar ser visto o tempo todo, e gerar
‘escassez’ para alcançar atenção em grandes eventos como o embate, aproveitou o
hype para divulgar sua agenda de shows nos EUA, além de publis como o da
Gillette.
“Farofa
do Whindersson”?
Outra
estratégia de Whind, bem apontada por Lucas Bernardes, criador do Copfy, foi
reaplicar a usada com sucesso pela influenciadora Gkay: criar um evento com um
objetivo que vai além do seu principal propósito. A luta, que pode ser vista
como a “A Farofa do Whindersson”, foi marcada, além da valorização de Popó e do
boxe, para ser mais uma pauta positiva para o youtuber.
O
resultado? A sua divulgação em vídeos no Youtube, stories, reels, feed,
podcasts e no Programa do Faustão, com amplo engajamento e compartilhamento por
seus seguidores. Além de levantar a bandeira da importância dos cuidados com a
saúde mental, valorizar o esporte e um dos lutadores mais lendários do Brasil,
Whindersson foi vencedor em sua estratégia de marketing.
O
evento, que pode ser visto como uma aula de marketing social, coloca no pódio
os cuidados com a saúde mental, essenciais no Brasil - segundo país das
Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da
população. E também destaca um dos pontos mais importantes para a melhora do
problema: a prática de atividades físicas, que gera endorfina e serotonina,
hormônios que geram bem-estar.
Em
pleno final de Janeiro Branco, Whind usou de sua influência para inspirar as
pessoas a lutar e seguir em frente. Afinal, como disse o humorista, a vida é
isso. E assim aprendemos a valorizar mais pautas de responsabilidade social,
indispensáveis na era do propósito e do ESG; e a usar melhor os recursos
infinitos que os influenciadores digitais e a internet nos oferecem para a
divulgação de temas tão importantes para a sociedade.
Álex Cavalcante é CEO do
Grupo PRODUZA Comunicação Neurobusiness, Neuropsicobiomédico, psicanalista com
especializações em neurociência do comportamento, neuropsicologia e
neuronutrição clínica no modelo de saúde integral biopsicossocial.
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