Quatro dicas práticas para você aplicar no seu dia a dia
Adriana
Gardel, Valéria Rezende e Carolina Vieira (*)
Mais
do que em outros tempos, temos lido, ouvido e comentado sobre o quão
fundamental tem sido identificarmos o que estamos sentindo e podermos falar,
livre de julgamentos, sobre tais sentimentos.
Tantos
têm sido os estudos que abordam a importância de nós adultos trabalharmos
nossas emoções, identificando-as, entendendo-as e também criando estratégias
para lidar com elas.
E
nossas crianças? Será que já nascem sabendo lidar com essas emoções, já que
cada vez mais esses pequenos surgem com mais destreza, inteligência e
competências??? Só que não!!!
Há
alguns anos os órgãos ligados à Educação vêm discutindo a reformulação
curricular e em 2018 foi homologada pelo CNE (Conselho Nacional de Educação) a
nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular).
Desde
então, as escolas e seus educadores se debruçaram sobre o documento e sua
implementação no âmbito escolar. Mas, qual não foi a surpresa, ao descobrir que
havia um campo dentro das competências curriculares que se destinava
exclusivamente ao desenvolvimento das habilidades socioemocionais.
Ops…
isso não fazia parte do currículo antes? Pois é, Não!!!
Estudiosos
ligados ao campo da neurociência aplicados à educação, descobriram que nosso
cérebro responde a estímulos se emocionalmente estivermos acolhidos e
respeitados em nosso desenvolvimento integral. Ou seja, não somos só uma
esponja pronta para absorver conteúdos, mas sim seres que necessitam ter seus
sentimentos respeitados e acolhidos, para que possamos aprender.
Então
é possível aprender a se relacionar, a expressar seus sentimentos, a saber
administrá-los para adquirir bem-estar, autocontrole e autorregulação, que
farão com que a convivência em sociedade seja bem-sucedida?
Sim,
certamente, e o melhor é saber que as habilidades são ensinadas e esse é o
papel dos educadores, sejam eles, pais, professores, avós ou demais cuidadores
dos pequenos.
Parece
mais difícil do que realmente é, por isso compartilhamos aqui quatro dicas que
podem ser trabalhadas no dia a dia.
Mostre
que você tem sentimentos
Sim, conversar com as crianças
e expressar o que você sente e como faz para lidar com isso é uma forma natural
de mostrar a eles que é permitido sentir!
Por
exemplo: você está muito frustrado porque não conseguiu entregar algo no
trabalho no prazo determinado. Conte para eles o porquê você se sente assim, o
que o levou a não conseguir e como vai agir numa próxima vez.
Promova
tempo para jogos que falem das emoções
Se você achar difícil
chegar na sua criança ou adolescente para falar sobre sentimentos, utilize
recursos como jogos, que facilitam o caminho e promovem o diálogo e diversão de
forma lúdica.
Além
de ganhar um tempo de qualidade onde todos estarão envolvidos, você também
estará conversando e descobrindo outras formas de tratar o tema.
Conte
histórias de quando você era pequeno
As nossas vivências
geram interesse por parte dos nossos pequenos, pois eles entendem que você
também passou por situações diversas. Podem ser coisas engraçadas, felizes,
situações de medo, de dor… enfim, seja verdadeiro e isso irá criar cada vez mais
aproximação entre vocês e também estarão exercitando a empatia.
Não
reprima os sentimentos deles
Quando uma criança ou
adolescente chora, se isola, ou faz birra, ele está querendo te mostrar algo.
Mesmo sendo difícil acolher esses momentos, lembre-se que você é o adulto e às
vezes um simples abraço ou um “eu entendo você, mas podemos fazer de outra
maneira”, já será suficiente para mostrar que você entende e acolhe.
Ouça
você e os que te rodeiam, se permita ser quem você é e abra espaço para os
outros saberem que você os entende e aceita.
Esse
processo traz equilíbrio e leva ao bem-estar. Vamos?!
(*) Autoras
Adriana
Gardel - Apaixonada
pela educação, caminhando pelo universo da pedagogia e psicopedagogia há 38
anos e, sempre curiosa, buscou na neurociência e no Kidcoach mais fundamentação
para entender e atuar na formação dos pequenos. Trajetos em escolas pela
educação infantil, fundamental I, coordenação e orientação educacional, mas
acima de tudo mãe do Gui e do Fred, suas grandes inspirações de vida! Ah, e
vovó do Gabriel.
Valéria
Rezende - Mãe
da Carol, do Augusto e do Vinicius, vó do Gabriel desbravadora quando o assunto
é comportamento e relacionamentos humanos. Acredita na família como base para o
desenvolvimento integral do ser humano melhor. Coach de pais, casais e
adolescentes pela Parenting Coach Brasil, Kidcoach pela ICIJ Rio de Janeiro e
instrutora da Jornada das Emoções.
Carolina
Vieira
- Viajante e curiosa, novos desafios e necessidades de adaptação são o que
mais a motivam. Confia que a chave para um ser humano mais preparado para o
mundo e feliz está na infância e no afeto familiar. Carol é mamãe de primeira
vigem do Gabriel. Comunicóloga formada pela UFJF, especialista em Marketing
pela Ibmec e Neurociências e Comportamento pela PUC-RS. Educadora Parental com
foco em Disciplina Positiva e CNV.
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