Benito Di Paula celebra os seus 80 anos ao lado do filho Rodrigo Vellozo, com o disco O Infalível Zen
O que começou com Rodrigo
Vellozo pesquisando canções que nunca haviam sido gravadas por Benito di Paula se
transformou no disco O
Infalível Zen. Este é o primeiro registro completo assinado entre
pai e filho, que reúne composições inéditas de Benito em 25 anos. A dramaturgia
das canções também é potencializada pela escolha da data em que o trabalho
chega ao mundo: 28 de novembro, dia que celebra os 80 anos de Benito.
Disponível nas plataformas de streaming
(ouça aqui) desde o último domingo, O Infalível Zen acompanha o
videoclipe da faixa-título (assista aqui) que
retrata os momentos de criação e gravação, e um mini documentário com
depoimentos do processo do álbum, além de trechos das canções (assista
aqui).
“Meu
pai guardou o refrão de ‘Dona
Já da Baiana’ por muitos anos e, quando percebeu que iríamos
gravar um álbum novo, transformou esse samba tão simples e bonito em um
‘afro-dub-funk’”, conta Rodrigo sobre os processos que deram uma nova cara à
canção, agora, cheia de texturas, camadas rítmicas e harmônicas que
complementam a narrativa da letra. A faixa em questão faz um tributo a Luiz
Gonzaga, um dos artistas mais importantes na carreira de Benito. Já “Um Piano de Forró” ficou
guardada a contragosto de Di Paula por quase 30 anos: “Meu desejo, ao ouvir
Luiz Gonzaga, era colocar o meu piano no forró, mas a elite intelectual só
aceitava zabumba e triângulo. Eu tive paciência, as gravadoras passaram e agora
essa música sai pronta do meu coração para homenagear o rei do forró e o do
baião”, explica Benito.
Ao
longo de 12 faixas, o disco toma forma resgatando também outras
homenagens, como em “Meu
Retrato”, originalmente composta para o cantor e compositor
Nelson Gonçalves, que fez a sua passagem antes que pudesse gravá-la. Esta
canção, inclusive, aparece em duas versões no trabalho:uma que Benito faz
acompanhado pela banda e outra em formato solo, ao piano de cauda. Em “Nel mezzo del cammin”,
composição do multiartista Eduardo Climachauska, o som do saxofone se une ao do
piano em um espetáculo de 7 minutos.
O
compositor Romulo Fróes, que assina a direção artística do álbum ao lado de
Rodrigo Vellozo, também colabora na tracklist em “Ao mundo o que me deu”,
“Voz Calada”
e “Uma flor”,
sendo estas duas últimas, canções em que Rodrigo e Benito compuseram juntos. “A
polifonia instrumental traz em si uma possibilidade de um colorido poético novo
para a obra do meu pai”, comenta Vellozo sobre a primeira das três composições
ao lado de Fróes. Romulo ainda completa: “Essa letra é também uma declaração de
grandeza da obra e da carreira do Benito”. Para amarrar o conjunto de nomes que
contribuíram nas letras, Rodrigo Campos chega para somar na faixa-título, “O Infalível Zen”.
“O
processo de composição do meu pai é muito intenso e rápido. É mesmo uma força
da natureza em curso, coisa impressionante e muito bonita de se testemunhar”,
elucida Rodrigo sobre os processos que resultaram em “Uma flor”, “O Jantar”, “Aurora” e “Improvation”. Esta
última foi feita em homenagem à filha de Rodrigo (e primeira neta de
Benito).
“O Infalível Zen, para mim, é
a síntese do álbum como unidade: um homem que – no auge do seu criativo –
está chegando aos oitenta anos, construindo sua obra, acertando as contas
com sua história de glórias, tragédias e preparando sua continuidade”, resume
Rodrigo.
Ouça
o álbum O Infalível Zen aqui
Assista ao videoclipe
de “O Infalível Zen” aqui
Assista ao Mini Doc
de “O Infalível Zen” aqui
Tracklist:
- Dona Já da Baiana
- O Infalível Zen
- Uma onda no tempo
- Um piano no forró
- Meu retrato_banda
- Aurora
- Voz Calada
- Improvation
- O Jantar
- Meu retrato_piano
- Uma flor
- Ao mundo o que me deu
- Nel mezzo del cammin (Perto do fim)
Ficha
Técnica:
Direção Artística de
Rodrigo Vellozo e Romulo Fróes
Arranjos Coletivos por Allen Alencar, Igor Caracas, Marcelo Cabral, Rodrigo
Campos, Rodrigo Vellozo, Romulo Fróes e Thiago França
Gravado por Big Rabello e Frederico Pacheco no estúdio Da Pá Virada
Pianos de Benito Di Paula gravados por Alexandre Fontanetti e Pedro Luz no
Space Blues
Mixado por Gustavo Lenza no estúdio La Nave
Masterizado por Felipe Tichauer na Red Traxx Mastering
Mixado em Dolby Atmos por Beto Neves
Arte por Manuela Eichner
Design por Mono Julio Dui
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