A campanha Março Amarelo faz um alerta para a
doença, que acomete até 15% das mulheres em idade fértil no Brasil
Fortes
cólicas menstruais, dor pélvica, incômodo na relação sexual, alterações
intestinais ou ao evacuar, dor na região lombar e coxas, dificuldade para
engravidar. Esses são alguns dos sintomas que acometem, em maior ou menor grau,
mulheres que sofrem com a endometriose.
“É
uma doença causada pela presença de tecido endometrial – aquele responsável
pela menstruação – fora do útero. Ele pode se implantar nos ligamentos
uterinos, tubas uterinas, ovários, peritônio e até mesmo na pleura pulmonar ou
cérebro”, explica a Daniele Rosevics, ginecologia e obstetra do Plunes Centro
Médico, em Curitiba.
Dados
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária dão conta de que a endometriose
atinge aproximadamente 10% da população feminina brasileira, sendo mais
frequente entre mulheres de 25 a 35 anos. “A doença assola até 15% das mulheres
em idade fértil. Estima-se que até 6 milhões de mulheres sejam acometidas
apenas no Brasil”, completa a médica.
O
causador da doença ainda não está completamente esclarecido. “Muitas teorias
foram propostas até hoje, mas nenhuma delas foi capaz de, isoladamente,
explicar o surgimento e o desenvolvimento da endometriose em seus vários
aspectos”, explica Daniele.
Segundo
ela, uma das teorias é a da menstruação retrógrada. Ou seja, a menstruação
retornaria pela tuba uterina e cairia na cavidade pélvica. Porém, o refluxo
menstrual ocorre em mais de 90% das mulheres e a endometriose acomete apenas
10% delas, o que faz com que a origem do problema continue indefinida.
“Aliada
a essa teoria existem fortes indicativos de que fatores imunológicos e
inflamatórios participam de forma importante no desenvolvimento da endometriose”,
diz.
Tratamento
O
tratamento vai desde medicação com bloqueio hormonal até procedimentos
cirúrgicos. “Cada caso deve ser avaliado pelo médico responsável”, destaca a
médica do Plunes.
A
falta de acompanhamento pode gerar outros problemas. “Apesar de não ser uma
doença maligna, a endometriose possui um comportamento de estar sempre se
proliferando. À medida que os focos de tecido ectópico sangram, causam um
processo inflamatório que leva a um quadro de fibrose. Então esse é mais um
motivo para que as mulheres não deixem de visitar o ginecologista pelo menos
uma vez ao ano”, finaliza.
Comentários
Postar um comentário