Dicas para não errar na escolha da escola bilíngue


Ao pensar em novas oportunidades de ensino para os filhos, a ideia dos pais é sempre a busca pela melhor e mais qualificada escola. Com esse pensamento, a escolha de um ensino bilíngue ideal para as crianças é algo que deve receber atenção redobrada, já que, mais do oferecer um segundo idioma, o ensino bilíngue promove uma completa imersão, por meio do aprendizado em dois idiomas e da conexão do aluno com diversas culturas e realidades.

O processo de ensino da segunda língua tem início com a oralidade, que apresenta aos alunos os sons de cada letra e as formas de soletrá-las. Após essa fase, é apresentada a escrita e feita a identificação do alfabeto a partir do som. Para que isso seja efetivo, o professor deve saber trabalhar com muita ludicidade e respeito ao ritmo de cada aluno, explica Shirley Cristiane Szeiko, gestora de Ensino Bilíngue do Positivo - Santa Maria. “Na educação, o papel do professor é de mediador da aprendizagem, precisando ser flexível, tendo a capacidade de promover um ambiente empreendedor e criativo para trabalhar com seus alunos”, conta.

Além disso, o ideal para a introdução de uma nova língua na rotina de um aluno é que isso seja feito de forma natural, observando seu interesse, respeitando o tempo de aprendizado e seu nível de desenvolvimento no idioma, sem tolher sua curiosidade. Permitir que a criança se expresse livremente, mesclando as línguas, faz parte do aprendizado inicial, por exemplo. Mas como é possível identificar essas qualidades ao visitar uma escola bilíngue?

O diretor da Positivo English Solution School e gestor de Idiomas do PES / Sistema Positivo de Ensino, Luiz Fernando Schibelbain, dá algumas dicas:
  • Observar se existe mesmo a imersão no segundo idioma e os profissionais estão preparados.  Em uma escola bilíngue, a coexistência de duas línguas pode ser observada pela identificação visual dos espaços, pela espontaneidade que professores e alunos alteram entre um idioma e outro em sua comunicação e pelo diálogo entre o currículo nacional e as atividades, projetos e conteúdos trabalhados em período ampliado de aulas. A partir disso, verificar se profissionais com certificações de proficiência, como Cambridge English, estão envolvidos no planejamento e diretamente com os alunos, utilizando o inglês constante e naturalmente como língua franca nas dependências da escola.

  • Compreender os benefícios de um cérebro bilíngue, pois o grande desenvolvimento da internet e o crescimento da necessidade do uso do inglês na comunicação e no trabalho fazem com que a aquisição de uma segunda língua seja cada vez mais importante. Aprender em inglês vai além de aprender inglês. Quando se aprende conteúdos de Ciências e Matemática, em inglês, por exemplo, o cérebro expande suas conexões e amplia o repertório acadêmico dos alunos, uma vez que esse aprendizado está sendo reforçado, revisitado, transformado. Além disso, a língua inglesa e a cultura inerente a seu aprendizado se caracteriza por ser objetiva e direta, trazendo ao aprendiz um repertório diferente de quando se expressa ou pesquisa em português, que tende a ser mais elaborado e subjetivo. O aluno desenvolve visões de mundo distintas que o auxiliam a tomar decisões mais acertadas dependendo do contexto. Isso se reflete no mundo corporativo em que as habilidades de colaboração, criatividade, pensamento crítico e comunicação são levadas em conta nas tomadas de decisão: o falante bilíngue traz isso consigo intrinsecamente.

  • Perceber se os professores são fluentes na segunda língua e são capazes de quebrar paradigmas e de trabalhar com diferentes metodologias. Fluência é simplesmente demonstrar competência em uma língua relevante para os domínios/contextos em que você interage regularmente. Mesmo o linguista mais capaz só demonstra fluência em assuntos com os quais esteja familiarizado. Portanto, o professor deve demonstrar habilidade oral e/ou escrita semelhante nas duas línguas que domina para os assuntos tratados ao longo das lições ou do programa de conteúdos escolares. Se ele já for fluente no inglês, mas não domina a matemática em inglês, deverá se apropriar dos termos adequados a esse domínio para poder ministrar aulas sem que haja barreiras linguísticas e que a utilização de um método diferente do que esteja acostumado não seja impeditivo para o aprendizado dos alunos.

  • Fazer a visita presencial, conhecer o ambiente da escola, as salas de aula, os diferentes espaços e a metodologia trabalhada. Uma visita vale mais que mil palavras! Língua é interação humana e está presente nas palavras, na entoação, no silêncio, nos gestos, no olhar; enfim, fazer-se presente na escola, caminhar pelos espaços em que o aluno irá conviver, sentar nas salas de aula, pátio, restaurante, etc., são ações cruciais para que as impressões sejam transformadas em comunicação, gestos, etc. Escolher uma escola bilíngue leva, em média, o dobro de tempo que a escolha por uma escola monolíngue.

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